segunda-feira, agosto 28, 2006

Ideia Genial


Ao fim de algum tempo de indisposição para a escrita, o que desde já peço desculpa, aí vai mais um caso da vida real:


Nas curtas (mas boas) férias que usufruí, conheci uma ave surpreendente. Isso mesmo, uma ave! Lá bem no norte de Portugal, na praia de Moledo, conhecida por ser frequentada por algum jet-set nacional, nomeadamente políticos, conheci um papagaio de nome Loiro – aliás, como quase todos os papagaios.
Este bicho de cor esverdeada, importado do Brasil ainda no tempo de Marcelo Caetano, tem um grande vocabulário e durante a sua já longa vida conheceu gente de enorme importância; desde políticos do antigamente até aos actuais e outra gente de nomeada: ministros, opositores, líderes, usurpadores, bispos, pessoas boas, pessoas más, outros animais e até se dava com um cão de um tal João de Barros, Bioquímico de profissão que abria e fechava uma cerca de onde escapulia sem o dono dar conta.
Disse-me uma ocasião o Loiro, que tem pena de não conhecer Portugal, as suas gentes no seu habitat natural (não armada aos píncaros nas férias) e os seus costumes, pois desde que saiu da Amazónia que estava preso naquela gaiola.
Lá lhe fui dizendo, que somos um povo pacífico (apesar das touradas e dos pássaros nas gaiolas), já tivemos ouro e somos pobres, já nadámos em moeda europeia e somos muito pobres. Por norma somos tristes, mas quando joga a selecção nacional de futebol (só a de futebol), somos alegres. Agora andamos todos a aprender Inglês, que é uma língua estrangeira com muitas cantigas e os ET’s a existirem, também falam esta língua (e existem, que eu há 23 anos atrás vim um filme com um ET e este falava inglês); não sabemos falar português, mas não faz mal! O que está a dar é speakar Inglês. Na nossa terra, aqui, em Portugal não tratamos bem os Professores. Para quê?! O que conta é o sucesso dos meninos, fazemos de conta que os meninos sabem muito bem as matérias e pronto… felizes para sempre. Se há algum professor que tenta desafiar o Ministério, pois bem, pois bem… problemas lhe baterão à porta.
Também somos um País quente, muito sol e incêndios nas nossas florestas, que ano a ano se repete destruindo o verde da esperança de um País adiado.

Foi ao escutar uma conversa entre o Loiro e o Flash (o cão que referi do tal Bioquímico), que tive conhecimento de um acidente ferroviário, no início de funções do actual Governo e que ficou no “segredo dos Deuses” – quer dizer: no segredo dos políticos.
Bem sei que não se deve escutar conversas, mas sejamos razoáveis, não é todos os dias que se tem oportunidade de escutar uma cavaqueira entre um papagaio e um cão, embora e em abono da verdade só o papagaio é que palrava, o Flash estava de ouvinte, lançando um gemido e abanando a cauda de quando em quando.
Voltando ao acidente, o que o Loiro dizia ao Flash é que tinha ouvido um diálogo entre um Secretário de Estado e um Ministro, lá, na Praia de Moledo, em que comentavam a tal ocorrência ferroviária.
Então, ao que consegui apurar da escuta da conversação, tudo indica que um comboio de mercadorias com origem na China e tendo como destino o Porto, transportando computadores, chip’s electrónicos, e outra tecnologia de ponta percorreu o País de piloto automático activado e por qualquer anomalia, que o pobre bicho não conseguiu explicar foi colidir com um outro comboio de mercadorias que seguia em sentido contrário com destino a Lisboa, sendo a sua proveniência do norte da Europa, suponho que da Finlândia, carregadinho de telemóveis (da última geração, claro!), pad’s, outra tecnologia na moda, programas curriculares para os diversos graus de ensino, simplex’s e mais modernices que podem imaginar.

Do acidente não houve qualquer dano humano a registar, mas tudo indica que este choque entre comboios deu uma ideia genial ao nosso Primeiro-ministro, a salvação do País, chamou-lhe: CHOQUE TECNOLÓGICO!!!