domingo, maio 08, 2011

Politica, uma História e... Ansiolíticos.

Neste tempo difícil que atravessamos, seria normal estarmos unidos, prontos para juntos combatermos os desafios que nos afrontam, em especial quem tem responsabilidades públicas. Arrastados para uma crise, não só económica, mas também social e essencialmente uma crise de valores, que todos, sem excepção, temos dificuldade em combater, ou por mero comodismo, ou embalados por uma frenética corrida pelo consumismo, que sem darmos conta nos consome as ideias e os valores - sejam eles conservadores ou progressistas (seja isso lá o que for). Não gosto de falar de quem está na política, como "classe política", pois, de uma maneira geral são homens e mulheres como nós, portugueses da mesma maneira, que se entregam à "coisa pública". No entanto tenho que reconhecer, que certa "classe política", se distingue, até pela forma como se veste, preferindo tons entre o cinzento e o azul, assim de uma forma elevada e elegante, não se misturando com a populaça que bebe cerveja acompanhado por tremoços ou amendoins, preferindo champanhe francês e "maigré de canard". São estes tipos, elegantes, pensadores, de credo fácil, de alto estatuto social, que de querela em querela, se afastam da resolução das crises que nos apoquentam, dizendo: - não governamos com o líder do partido X. Ao que o líder do partido X, retorque: - quem ganhar as eleições deve governar sozinho, não nos aliamos ao partido Y.
O que é isto, pá?! Estes homens andam todos nervosos, ou a brincar connosco?!

Quem me conhece, sabe que além de extremamente tímido sou muito ansioso. Tenho a felicidade de encontrar entre os meus amigos, um poeta natural de Cabo Verde, de pseudónimo literário: António de Névada, que fez o favor de me convidar a estar presente no Teatro Gil Vicente em Coimbra, para apresentação da sua obra: "Esteira Cheia ou Abismo das Coisas". Assim, de forma a combater a minha ansiedade, lá tomei 2 comprimidos de 0,25mg de alprazolam e toca a abalar para a apresentação da obra. Sentei-me numa das cadeiras da fila da frente, à minha direita a Nandinha e à minha esquerda uma senhora que até aí nunca vira. A apresentação da obra teve a cargo um distinto Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (se a memória não me atraiçoa: Orlando Silvestre), que se alongou - e bem - na descrição da obra e da vida do poeta. Atraiçoado pelo "alprazolam", que tinha tomado em dose dupla, fechei os olhos durante a apresentação de tal forma a "droga" me tinha descontraído e relaxado. Foi aí, que a senhora sentada à minha esquerda, que nunca antes tinha visto, me abordou: - "O Professor é uma seca, não acha?"
Timidamente acenei com a cabeça, concordando com o que dissera e mais uma vez dormitei (que vergonha!).
No fim, já no beberete, perguntei ao meu amigo poeta: - Diz-me, aquela senhora ali quem é? Ao que retorquiu: é esposa do Prof. Orlando. Foi quase o fim do mundo, o efeito do ansiolítico passou de imediato, fiquei ainda mais branco, com calafrios, taquicardia e uma sensação enorme de estupidez.

Não seria assim que esta classe politica, se deveria sentir?! Entendam-se gente do meu País!
Por vós, por Nós, por todos! Se não se aguentam, um alprazolanzinho pela garganta abaixo para fazer baixar toda essa ansiedade não faria mal.

Este texto não foi escrito segundo o acordo ortográfico, perdoem.

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