O que agora são uns chinelos (foto) já foram umas fofinhas pantufas de pele e pêlo, tradicionais da Serra da Estrela. A minha comadre Dulce, ofereceu-mas para aí a uns 8 ou 9 anos. Suportar o meu peso de
- Que podemos fazer por elas, Sr. Dr.?
- Cirurgia! A única hipótese é cirurgia!
- Cirurgia?! Mas Sr. Dr., que vai operar?
- Pois! É delicado, mas para as pantufas sobreviverem temos que lhe trocar o sexo.
- Trocar o Sexo?! Umas pantufas transexuais?!
- Calma. Calma. A única possibilidade de perdurarem é transformá-las nuns chinelos e isso só se consegue com a mudança de sexo das pantufas.
Pensei e repensei, não sabia muito bem se os meus pés quereriam conviver com umas pantufas transexuais. Mas, seria uma desfeita à minha comadre Dulce, que com tanto carinho me ofereceu as ditas infelizes, sentenciar-lhe a morte tão precocemente. Vai daí resolvi avançar para a cirurgia. Nesta sociedade de consumo imediato (como já diziam os “Táxi”) poderia ter optado por comprar umas novas, colocando estas no caixote de lixo, no entanto, o meu lado ecológico apelou-me para a política dos três R:
Reduzir, Reutilizar e Reciclar, assim decidi pela reutilização e com a mudança de sexo, operado pelo Dr. Sapatilha as minhas velhas pantufas estão uns maravilhosos Chinelos.
Cada vez que chego a casa e os calço, confesso que fico assim como que com um andar
diferente! Um andar novo, digamos.
Mas damos-nos muito bem, quer dizer os chinelos e os meus pés. Com esta intervenção cirúrgica evitou-se um resíduo e transformaram-se umas lindas pantufas num bonito par de chinelos, talvez os primeiros chinelos transexuais do Mundo!!!