domingo, dezembro 10, 2006

Um Texto... a fazer lembrar que vem aí o Natal !!

Durante algumas semanas a minha saúde e outras arreliações, não me permitiram sair de casa ou deixar as redondezas. Agora que baixei à cidade (Coimbra), parece que recolhi à realidade da vida de todos os dias.
Num centro comercial, luzinhas que apagam e acendem (tal e qual como a vida) não permitem que o Natal se desvaneça na nossa memória. E não será pelas melhores razões, apenas pelo simples apelo ao consumo ás vezes irracional. A fazer lembrar que vem aí o Natal…

As montras decoradas com os motivos da época, sinos dourados ou encarnados, alces amarelo/ouro, mais fitas douradas e prateadas e bolas da mesma cor e luzinhas frenéticas num apagar e acender constante, a fazer lembrar que vem aí o Natal…

Depois, depois é aquela música de embalar a carteira, bonita, melodiosa, harmónica, quase sempre as mesmas ano após ano, a fazer lembrar que vem aí o Natal…

Encontrei um Pai Natal bem português por acaso, embora tanto a barba postiça como o fato na etiqueta dizia: “made in China”. Enfim, sinais do tempo, deste tempo em que nós os cidadãos do Mundo (principalmente deste Mundo dito evoluído e civilizado) calamos a exploração de crianças de tenra idade que a troco de muitas horas de trabalho e uma malga de arroz, fabricam fatos e barbas postiças de Pai Natal, bolas de futebol, jogos electrónicos e outros artefactos que outras crianças de outros países irão usufruir a fazer lembrar que vem aí o Natal…

As campanhas dos hipermercados, os apelos das televisões, o número crescente de pedintes na rua, o coração de cada um mais atento, a fazer lembrar que vem aí o Natal…

As festas que se promovem, os encontros que acontecem, os colegas de trabalho que nesta altura do ano e só nesta altura do ano passam a ser uma família, a fazer lembrar que vem aí o Natal…

Os presentes que se dão porque sim, mais os que se dão porque não, a fazer lembrar que vem aí o Natal…

Tenho um sonho! O sonho de a Humanidade poder dizer em qualquer dia do ano: Hoje é Natal! Todo e qualquer dia em que se festeje a paz no Mundo. Que a palavra solidariedade se materialize em cada momento que passa, que haja verdadeiras oportunidades iguais para todos, que a Paz seja realidade doravante, que…
Alguns dirão: ingenuidade! Sonho de criança! Pois que seja! Na verdade gosto de brincar com carrinhos, de jogar ao pião, andar de gatas e dar saltos, soltar um grito de quando em vez, chorar e rir como qualquer criança. Só já perdi a inocência de ser criança, não sou puro, inconveniente ás vezes, incompreensível de quando em quando, carrego um certo egoísmo dos tempos que passam, já dei por mim a desviar o olhar da desgraça do outro, mas pelo menos tenho consciência das minhas faltas e a custo tento ser uma pessoa melhor.

Esquecer que o Natal é celebrar o nascimento de Jesus Cristo é esquecer que Jesus deve ser o exemplo vivo em cada dia do ano; é esquecer que Ele perdoou Maria Madalena e livrou-a do pecado; é esquecer que recuperou a visão aos física e espiritualmente cegos; é esquecer que foi solidário com os pobres e trouxe independência aos que estavam feridos; é esquecer que nasceu para nos salvar.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Arreganha a Taxa, Paga o Imposto!

A idade já não perdoa e apesar de ser ainda um jovem quarentão, ás vezes dói-me todo o corpo e as pernas também. De algum tempo para cá, o meu sistema hepático tem dado sinais de fraqueza – eu que só bebo tinto de uvas; cerveja de cevada e malte; champanhe francês; carne de porco com gordura natural; torresmos bem temperados; - será uma questão genética com certeza (agora me lembro ter comigo uma barriga de freira já meio marada – poderá ser isso).

Um dia da passada semana, lá fui a mais uma consulta de Hepatologia, ali no Hospital dos Covões. Ás 09 horas lá estava na fila das “marcações do dia”, caderneta de doente na mão, o cartão de saúde na outra mão, a carteira no bolso do blusão e uma pequena ansiedade ali algures para os lados do coração. Depois de 09 minutos e 23 segundos, mais alguns encontrões lá cheguei ao guichet, uma funcionária de olhos brilhantes, sorriso largo e voz dócil, pediu-me o cartão de doente, depois o cartão de saúde, confirmou-me a consulta para aquele dia e após esse procedimento “pediu-me” a carteira, quero dizer: o dinheiro da taxa moderadora – até aqui tudo normal!

Sentei-me na sala de espera eram 09, 15 horas, esperei, esperei, esperei, eu e o Pedro Barroso que me fez companhia e falou-me d’ “A história maravilhosa de um País bimbo”; pus-me a meditar (gosto de meditar nas salas de espera dos hospitais, também o faço na casa de banho durante o duche, sempre me ocorrem ideias frescas) e concluí que esperava e esperava, porque estava numa sala de espera. Pois claro! Sala de espera: espera! Está certo!...
Por volta das 11:15 horas, lá me chamaram (de novo a voz dócil) para outra sala, aliás corredor. O corredor de acesso aos consultórios. Exactamente ás 11:50 horas, sai um doente de um gabinete deixando a porta aberta e ouço uma voz rouca (já não dócil), chamando: MANUEL NEVES!!! Ufa!... Chegou minha vez de ser consultado, não era o meu médico habitual, mas tal como o meu médico habitual este também era limpinho, usava bata branca e tudo, estetoscópio ao pescoço, assim como que um ar a importância, gravata azul-bebé com elefantes cor-de-rosa, mas também descobri que o sapato do pé esquerdo estava ligeiramente sujo, contrastando com o do pé direito que brilhava como um espelho reflectindo o sol. A minha timidez tomou uma pequena dose de coragem e perguntei: - O Dr. Aristides hoje não está? Ao que respondeu: - Não se preocupe. Reparei como me olhou e só posso concluir que está ansioso. Não será caso para tanto, deve ter percebido que também sou médico e toda a sua história clínica está no sistema.
Quando falou em sistema, reparei que sobre a secretária estava uma caixa preta com um monitor em cima, daqueles fininhos, que pensava que só servia para ver os jogos de futebol, pelos menos lá na minha aldeia o Xico Zé da taberna, o filho do ti Malaquias, aquando do campeonato do Mundo comprou um. Mas é maior. O vinho deve dar dinheiro, pois o Xico Zé tem um televisor ou lá o que é, maior que o do médico. E o médico andou a estudar medicina na Universidade durante muitos anos, olha… valia mais ter ficado a aviar copos, pelos menos agora tinha um aparelho de ver a bola e a história clínica (programa do Dr. José Hermano Saraiva) maior.
Muito bem, o Sr. Dr. olhou, olhou para o sistema, levou o dedo ao ecran e repentinamente o retirou dizendo: - bolas! Apanhei um choque. Pensei de imediato que deve ter sido um choque tecnológico, pois um dia ouvi o Sr. Primeiro-ministro referir que estes choques também se apanham em monitores sobre estas caixas pretas, as caixas do sistema, portanto! Depois de pesquisar na tal história clínica, escreveu em dois papelinhos e disse: - faz estes exames e volta daqui a dois meses.
Saí muito mais tranquilo. Primeiro, fiquei sem saber se estava melhor ou pior. O que é bom, porque quererá dizer que estarei na mesma – ou seja: vivo! Segundo, o que aconteceria se me dissesse: - lá para o início do ano tem que ser internado para fazermos uma pequena intervenção cirúrgica. Bom, seria terrível. Não pela intervenção, pois quem me conhece sabe que não desmaio assim tão facilmente, mas, e as novas TAXAS de internamento e cirurgia. Sim, eu sei que são simbólicas; mas simbólicas é quanto?! Lá teria que propor ao Sr. Dr. para me internar de manhã, operar de manhã e mandar-me para casa depois de almoço. Já que teria de pagar a taxa daquele dia, pelo menos ia almoçado. Mas o doutor podia retrucar dizendo que corria risco de vida, que teria de ficar internado alguns dias até estabilizar. Perante este cenário teria eu que fazer algumas contas simples, a ver: número de dias internado x taxa de internamento + taxa de intervenção cirúrgica, por um lado; pelo outro, calcular o preço do meu funeral – subsidio de funeral - indemnização do seguro de vida que em tempos celebrei. Depois é simples, comparar um custo e outro e decidir: as TAXAS ou …

Fiquem bem.


PostScriptum: Não pensem muito. Viver é mesmo bom. Vão-se os anéis, ficam os dedos (provérbio popular), mas é pena.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Ideia Genial


Ao fim de algum tempo de indisposição para a escrita, o que desde já peço desculpa, aí vai mais um caso da vida real:


Nas curtas (mas boas) férias que usufruí, conheci uma ave surpreendente. Isso mesmo, uma ave! Lá bem no norte de Portugal, na praia de Moledo, conhecida por ser frequentada por algum jet-set nacional, nomeadamente políticos, conheci um papagaio de nome Loiro – aliás, como quase todos os papagaios.
Este bicho de cor esverdeada, importado do Brasil ainda no tempo de Marcelo Caetano, tem um grande vocabulário e durante a sua já longa vida conheceu gente de enorme importância; desde políticos do antigamente até aos actuais e outra gente de nomeada: ministros, opositores, líderes, usurpadores, bispos, pessoas boas, pessoas más, outros animais e até se dava com um cão de um tal João de Barros, Bioquímico de profissão que abria e fechava uma cerca de onde escapulia sem o dono dar conta.
Disse-me uma ocasião o Loiro, que tem pena de não conhecer Portugal, as suas gentes no seu habitat natural (não armada aos píncaros nas férias) e os seus costumes, pois desde que saiu da Amazónia que estava preso naquela gaiola.
Lá lhe fui dizendo, que somos um povo pacífico (apesar das touradas e dos pássaros nas gaiolas), já tivemos ouro e somos pobres, já nadámos em moeda europeia e somos muito pobres. Por norma somos tristes, mas quando joga a selecção nacional de futebol (só a de futebol), somos alegres. Agora andamos todos a aprender Inglês, que é uma língua estrangeira com muitas cantigas e os ET’s a existirem, também falam esta língua (e existem, que eu há 23 anos atrás vim um filme com um ET e este falava inglês); não sabemos falar português, mas não faz mal! O que está a dar é speakar Inglês. Na nossa terra, aqui, em Portugal não tratamos bem os Professores. Para quê?! O que conta é o sucesso dos meninos, fazemos de conta que os meninos sabem muito bem as matérias e pronto… felizes para sempre. Se há algum professor que tenta desafiar o Ministério, pois bem, pois bem… problemas lhe baterão à porta.
Também somos um País quente, muito sol e incêndios nas nossas florestas, que ano a ano se repete destruindo o verde da esperança de um País adiado.

Foi ao escutar uma conversa entre o Loiro e o Flash (o cão que referi do tal Bioquímico), que tive conhecimento de um acidente ferroviário, no início de funções do actual Governo e que ficou no “segredo dos Deuses” – quer dizer: no segredo dos políticos.
Bem sei que não se deve escutar conversas, mas sejamos razoáveis, não é todos os dias que se tem oportunidade de escutar uma cavaqueira entre um papagaio e um cão, embora e em abono da verdade só o papagaio é que palrava, o Flash estava de ouvinte, lançando um gemido e abanando a cauda de quando em quando.
Voltando ao acidente, o que o Loiro dizia ao Flash é que tinha ouvido um diálogo entre um Secretário de Estado e um Ministro, lá, na Praia de Moledo, em que comentavam a tal ocorrência ferroviária.
Então, ao que consegui apurar da escuta da conversação, tudo indica que um comboio de mercadorias com origem na China e tendo como destino o Porto, transportando computadores, chip’s electrónicos, e outra tecnologia de ponta percorreu o País de piloto automático activado e por qualquer anomalia, que o pobre bicho não conseguiu explicar foi colidir com um outro comboio de mercadorias que seguia em sentido contrário com destino a Lisboa, sendo a sua proveniência do norte da Europa, suponho que da Finlândia, carregadinho de telemóveis (da última geração, claro!), pad’s, outra tecnologia na moda, programas curriculares para os diversos graus de ensino, simplex’s e mais modernices que podem imaginar.

Do acidente não houve qualquer dano humano a registar, mas tudo indica que este choque entre comboios deu uma ideia genial ao nosso Primeiro-ministro, a salvação do País, chamou-lhe: CHOQUE TECNOLÓGICO!!!

quinta-feira, julho 27, 2006

A Simplicidade dos Simples

Olho pela janela
O tempo triste
Chora a tua partida

O Sol
Envergonhado pela fúria dos Deuses
Esconde-se na atmosfera
Carregada de lágrimas

O Rio
Serpenteia a desgraça
De não mais te falar

Mas,
Ao contemplar aquela cadeira
Lembro o teu Olhar
O Sorriso fraterno
A Simplicidade dos Simples


Até sempre... viverás enquanto vivermos.

sábado, julho 22, 2006

Estou Triste !

Este post é atípico em comparação aos que até agora tenho escrito. Não haverá alegria na escrita, porque não me sinto alegre; menos irónico que o usual, mas um bocadinho irónico, já que a ironia é parte importante da minha escrita, um legado do Eça. Será um post sentido, um pensar alto, um grito na blogosfera, uma manifestação de tristeza, pois a tristeza também faz parte de nós. Quando escrevo neste espaço, é para todos e para ninguém, mas comovidamente agradeço aos que regularmente me “visitam” e comigo partilham este singelo espaço. Principalmente a esses (eles sabem quem são), reitero os agradecimentos e peço desculpa pelo meu estado de alma.


Estou triste! Estou muito triste, zangado por estar triste, mas estou triste! O meu coração bate mais pausadamente, a cada batida sinto uma pequena dor, pequena mas profunda que bate no meu ego, vizinho da alma.
A fonte secou, o menino já não joga à bola, a boneca da menina não sorri, o sol brilha a falso e o rio serpenteia a desgraça do momento que passa.
A semana que hoje termina foi difícil, especialmente a sexta-feira (e não era dia 13); poderei divagar sobre a guerra Israel/Palestina/Líbano, em nome de quê ou de quem se matam crianças?! Crianças é sinónimo de inocência e amor, matam-se inocentes?! Em nome de um Deus maior ou menor, de uma posição geográfica, de conflitos antigos; mas resolve-se assim?! À pistolada?! Os Homens ainda não aprenderam a comunicar entre Homens?! A partilhar e a resolver os problemas que os afligem sem o emprego da força pura e dura?!

Estou triste! Reguei as plantas do jardim, mais as árvores do quintal, falei com elas, dei-lhe algum carinho, mas as plantas do meu jardim e as árvores do meu quintal definharam. Tenho pena. Tão boas ouvintes elas eram, ouviam-me com paciência, nunca teriam uma palavra de desagrado e um dia recordo-me, falava eu no semblante das pessoas do meu País, também elas tristes, quase sem esperança, neste tempo medíocre em que vivemos, quando reparei que no cimo do pessegueiro um pardalito ouvia atentamente o que eu verbalizava, quando terminei, encheu o peito de ar e partiu, sem…pio. Até o meu cão, o Ronnie, anda estranho. Os seus olhos escondem algo que não me quer dizer e quando me vê a sua cauda já não abana com a energia de outrora.

Estou triste! Porque será que uma jovem de 29 anos é acometida de um AVC ?! Aconteceu à Margarida, intervenção cirúrgica na tal sexta-feira. Também à Nanda (há uns anos mais atrás). Já o confessei, não sou crente. Faço parte daquele “grupo confortável” que são os agnósticos (nego tanto o Ateísmo como o Teísmo), nos momentos mais difíceis da vida, contudo, acredito que quem admite a existência de um ente superior (pode ser Deus), está mais protegido, tem onde se “agarrar”, com quem desabafar de um modo completamente intimo e privilegiado. Eu, recorro aos amigos, ás vezes, e muito à solidão do meu pensamento. Não é uma opção, é um sentir, é interior a mim mesmo, é a minha verdade.

Estou triste! Estudo leis (pelo menos tento)! Quanto mais estudo leis, menos conheço da vida. Não deveria ser assim, até sei que as leis acompanham (ou tentam acompanhar) a vida. Esta, a de hoje, que já foi ontem e há-de ser amanhã. As normas legais, são também condutas para a sociedade, são regras! Muitas são aplicadas à guisa de quem as aplica. Para ser mais claro, refiro-me às leis que regulam o Trabalho por contra de outrem. A crise que atravessamos, permite que pessoas sem escrúpulos disponham da vida de outras pessoas que delas dependem economicamente. Que pela força do seu trabalho, receba uma remuneração correspondente a um determinado horário de trabalho. Na prática, o que acontece é que se trabalha muito mais horas que o acordado, depois, são as pressões psicológicas e por fim, quando o contrato a termo está próximo, envia-se uma carta registada com aviso de recepção dizendo que o contrato vai caducar, não por o lugar que desempenhava se ter extinguido, mas por outros interesses poucos claros e mesquinhos. Pois bem, a pessoa até foi muito competente, foi mesmo muito competente. Fazia o seu trabalho, mais o da colega, ficava todos os dias a trabalhar até mais tarde, era proactiva (como agora se diz) e também reactiva e tudo isso. Um amigo meu tem uma teoria: a teoria do churrasco, e reza mais ou menos assim: o outro colega dava óptimos churrascos ao fim de semana e convidava o chefe, e outras pessoas que interessava o chefe conhecer e depois ia a outros churrascos onde estava o chefe mais as outras pessoas que interessava o chefe conhecer. A trabalhadora, a competente, foi despedida, a colega continuou a dar churrascos magníficos.

Olhem… estou triste! Queiram fazer o favor de desculpar!

Só mais uma coisa: Margarida, as tuas melhoras! Gostamos todos de ti e temos a certeza absoluta que vais recuperar definitivamente. Foi “apenas um mau momento que já passou”. Um Beijinho.

Para a "trabalhadora despedida", outro grande beijinho. Com a tua dedicação e o teu amor à profissão irás vencer!


Olhem… estou triste! Queiram fazer o favor de desculpar!

quarta-feira, julho 05, 2006

Era uma vez... uma artista de Circo



Há uns longos anos trabalhei no circo com um número de abelhas amestradas. Era um enxame completo, com abelha Rainha e tudo. Sob os meus comandos faziam várias acrobacias, como piruetas em pleno voo, loop’s, voos picados, saltos mortais, tudo numa enorme e grandiosa sincronização de conjunto. Sempre muito profissionais e dedicadas ao trabalho, estas abelhas de circo (as minhas bonecas, como carinhosamente lhe chamava), eram bastante proactivas, pois várias vezes a abelha mestre me sugeriu novas acrobacias assim como protestava quando não gostava de qualquer acção sugerida, portanto, eram também reactivas.

Estarão os leitores a matutar como seria possível trabalhar com tais animais sem nunca levar nenhuma ferroada. E, estão a pensar muito bem. A resposta é simples: como sabemos as abelhas além de excelentes artistas de circo, são óptimas produtoras de mel, pólen (usado em produtos dietéticos e como suplemento alimentar dos atletas), própolis (utilizado na medicina natural como antibiótico e cicatrizante), cera (para as obreiras produzirem 1 kg de cera têm que consumir 7 a 10 kg de mel!), geleia real (usada em medicina natural, contra as depressões e o enfraquecimento geral), só me limitava a comprar produção das “minhas bonecas” ao dobro do preço de mercado, como diz um amigo meu: sistema capitalista puro e duro bastava para ter as abelhinhas na minha mão e desse modo executarem as acrobacias pretendidas.

Uma das abelhas distinguia-se de todas as outras, não só pelo facto de ser filha da abelha Rainha, portanto, Princesa, mas sobretudo pelas habilidades que fazia no meu número de circo. Ela, pairava no ar batendo uma só asa, enviava o ferrão a uma altura considerável e recebi-o como se nada fosse, dava saltos mortais de olhos vendados e fazia voos picados de arrepiar o mais corajoso. Pois um dia, e sem que eu soubesse, foi assistir ao meu número um conhecido produtor cinematográfico de Hollywood, John Jerry de seu nome, mais conhecido por JJ (jay jay à Inglesa), que logo ficou encantado com a minha Princesa. Daí, ao contrato foi um pequeno passo. Arrecadei uma boa maquia que deu para abandonar o circo e viver de “papo” para o ar enquanto o dinheiro durou.

Mas… uns meses mais tarde, e para grande espanto meu, ligo a televisão e o que é que vejo? O que é?! Isso mesmo! A minha abelha no ecrã mágico, era a magnifica vedeta, só não gostei que lhe tenham mudado o nome, agora a Princesa chamava-se: ABELHA MAIA.
Qual Zé Maria, ou Marco, ou Zé Castello Branco, ou Lili Caneças, ou… a minha Princesa Abelha é um astro, ou ainda melhor, uma estrela que brilha. No entanto quando muito depressa se sobe, mesmo sendo acrobata de circo, estando habituada a altos voos e a queda se dá, meus caros amigos o trambolhão costuma ser danoso.

Um dia tocou o telefone lá de casa, um objecto em madeira, uma coisa lindíssima que herdei do meu avô, que por acaso não tinha telefone, mas que trouxe este de França após a sua participação na I Guerra Mundial, bom, tocou o dito telefone e era o já mencionado JJ. Meio atrapalhado, a voz de quando em quando cortada por um soluço, lá me foi dizendo que a minha Princesa, agora Maia (leia-se: abelha Maia), estava grávida. Surpreendido, lá fui perguntando: e então, quem é o pai? Como aconteceu? Ao que JJ, retorquiu: - Hey man! I’m not sure, foi um zangão que trabalha num filme pornográfico que eu produzo. É um galã, só musculo, grandes peitorais, muito difícil qualquer abelha resistir ao charme deste matulão. E o pior é que a Maia, já não pode participar mais na série, vai ser substituída por uma outra abelha muito jeitosa, que trabalha numa outra série sobre apicultura.
- Então e a Princesa (a Maia), que vai acontecer? Perguntei.
- Well, vai para um lar de mães solteiras e depois terá que cuidar da vida sozinha. Isto aqui é América, não é como aí na Europa, my friend!
Fiquei deveras preocupado, mas a verdade é que já tinha gasto todo o dinheiro que ganhei com a transferência da Princesa, logo não tinha possibilidade de cuidar dela.

Durante vários (muitos) anos, nada soube da abelha Maia, até que há pouco mais de 2 meses um colaborador próximo do JJ disse-me que a pobre Maia morreu de solidão, mas, a sua filha, também de apelido Maia faz sucesso, diz-se que é:… Astróloga !

sexta-feira, junho 09, 2006

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades


Aproxima-se mais um 10 de Junho. Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades (como gostaria de ter uma grande bandeira Portuguesa, republicana e desfraldá-la neste dia). O meu cunhado Vítor, também faz anos (parabéns, rapaz), mas não é isso que aqui importa salientar.

Foi nesta dia em 1580, que morreu Luís Vaz de Camões, poeta maior da nossa Pátria e que "representava Portugal na sua dimensão mais esplendorosa e mais genial", nas palavras da Professora Conceição Meireles, especialista em História Contemporânea de Portugal.
O 10 de Junho começou particularmente a ser sublimado com o estado Novo. É nesta fase que o Dia de Camões passa a ser comemorado a nível nacional (pois até então, era comemorado como feriado municipal, nomeadamente em Lisboa). O Regime de então, deu a este dia um cunho nacionalista, sublinhando o aspecto comemorativo e propagandístico, enaltecendo a "raça" portuguesa continental e ultramarina.
É com Revolução de Abril, que se procede à mudança do sentido e significado do dia. Passamos a prestar homenagem aos Portugueses que por todo o Mundo labutam para sobreviver, porque, se entendia (e bem), que tanto era um Português em Portugal como no estrangeiro.
O conceito da raça desaparece e comemora-se o Portugal espalhado pelo mundo através das suas comunidades. Desta forma muda-se a designação da comemoração da data para: Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, tirando desta forma toda a carga colonialista ou neocolonialista que o dia da raça carregava. Hoje, comemora-se o Portugal no Mundo, a língua e a cultura portuguesa. Comemora-se a diáspora portuguesa, as comunidades que se formaram a mais tempo e as mais recentes. Dia que serve também, para distinguir Portugueses nas mais variadas áreas, sem distinção ideológica ou religiosa, através da atribuição de várias comendas e títulos

Depois desta, mais ou menos resenha histórica, baseada no trabalho publicado pela Professora Conceição Meireles, vou contar uma triste estória, que se passa num concelho de gente boa, mas governado por gente triste e azelha (faça o favor de desculpar Sr. Presidente da Câmara - acabei de recolocar o chapéu na cabeça). O Sr. Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital (as minhas origens paternas), Sr. professor (é mesmo com p pequeno) Mário Alves, que não é natural deste concelho (para felicidade dos naturais), decidiu promover a Festa do Inglês no 1º Ciclo do Ensino Básico. Até aqui tudo bem. Também sou dos que partilho que a língua inglesa, deve ser ensinada ás nossas crianças, num mundo cada vez mais global e globalizante como este em que vivemos. Já não partilho, e não partilho não senhor, é como a Língua e a Literatura Portuguesa tem sido (mal) tratada, nomeadamente pelo Ministério da Educação. Mas voltando á estória triste de um concelho de gente boa, sabeis qual o dia escolhido para a Festa do Inglês? Isso mesmo... acertou: 10 de Junho de 2006 - sábado. Então, os meninos e as meninas neste dia vão ter várias actividades em inglês, vão cantar na dita língua e vão representar uma peça de teatro, toda ela em inglês intitulada “My First Job” (meu primeiro emprego).
O ano tem 365 dias e o Sr. Presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, iluminado por uma qualquer luz malévola, decide comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades - o mesmo que dizer: comemorar as nossas gentes, a nossa língua, a nossa cultura - com uma festa inglesa, de e para as crianças. Não há "nexixidade", ver um Sr. Autarca promover de forma oficial a socialização da língua e da cultura inglesa, logo no dia 10 de Junho. O meu mais inflamado e violento protesto contra este tipo aculturação, num dia em que se devia celebrar PORTUGAL e os seus filhos.

A minha humilde pessoa, juntamente com a mulher por quem um dia me apaixonei, o filho de ambos, a bela Inês (uma bebé de 4 meses, linda, linda de morrer) e os pais da Inês, vamos comemorar este Dia 10 de Junho em Constância, Vila Poema, onde o rio Zêzere "casa" com o Tejo e se comemora as XI Pomonas Camonianas.
Com a recriação de um mercado quinhentista, as Pomonas Camonianas integram uma exposição-venda dos frutos e flores referidos por Camões na sua obra. Como se pode ler no sítio da Câmara Municipal de Constância: "Homenagear Camões, o maior poeta português de todos os tempos, a sua ligação à vila de Constância, bem como assinalar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, são os principais objectivos das Pomonas Camonianas, um evento que nos transporta numa longa viagem até aos tempos do épico."
As Pomonas Camonianas vem da simbologia greco-romana, em que Pomona era a Deusa dos Frutos e do Pomares, frequentemente evocada por Camões na sua obra.

Para acabar a noite, vamo-nos deleitar, ouvindo, talvez o último trovador português, também Poeta, de nome: PEDRO BARROSO. Ali, defronte ao Tejo, num anfiteatro natural, garanto-vos... vão ter inveja.
Mas, já agora uma dica: o Pedro Barroso, estará em Penela, na inauguração das obras do castelo, dia 17 de Junho, apareçam... o convite está feito.

sexta-feira, maio 26, 2006

Perdoem-me se estou enganado

Dei comigo a cogitar, eu, meus botões e mais um fecho eclair dumas velhas calças de ganga, com o tratamento que se tem dado à nossa Bandeira Nacional.

Quem me conhece, sabe que não sou dado a “futebois” – conheço apenas o mínimo que a cultura geral obriga e o suficiente para mandar “umas bocas” à 2ª feira, no local de trabalho, onde o tema do dia são estas coisas da bola – mas, com esta dos Campeonatos Europeu e Mundial da modalidade, pegou moda a bandeirinha nacional à janela, no quintal junto ao limoeiro, na janela do automóvel, no guiador da bicicleta, no boné do “totó”, a servir de xaile e até vi, uma senhora de costas direitas, peito saliente, lábios exuberantemente pintados de encarnado, que levava pela trela um peludo cachorro com o dorso coberto por … uma Bandeirinha Nacional.

É a Bandeira Nacional, “símbolo da soberania da República, de independência, unidade e integridade de Portugal…”, quem o diz é o Artigo 11º da Constituição da República Portuguesa. Interrogo-me (mais os botões e o fecho) se este patriotismo exacerbado, em torno do futebol e da Bandeira Nacional, não é demais? C’os diabos, se ainda a proeminente exibição fosse no 5 de Outubro, ou mesmo no 1º de Dezembro (embora a Bandeira seja republicana), aí compreendia, aplaudia, e também haveria de comprar uma Bandeira para a colocar em sitio bem visível.

Mas o motivo de tanta Bandeira é o futebol? Por muito respeito que tenha pela modalidade e pela selecção Nacional da mesma (o que desejo é que tenha muitas vitórias), inclino-me a pensar que não seria necessário envilecer os símbolos nacionais. E, note-se, nem sequer sou um grande nacionalista (apenas q.b.), mas a forma e a quantidade como os mesmos são exibidos ou a sua imagem tratada não me deixa indiferente.

Mas somos assim mesmo, não é verdade?! Ou andamos tristes como a noite mais escura ou em sucessivas bebedeiras de alegria, que nem nos apercebemos o quanto maltratamos os nossos símbolos nacionais.

Quer queiramos, quer não, a vida também é feita de símbolos com que nos identificamos (ou não), nos revemos, nos identificamos, nos entendemos, quem nunca se emocionou a ouvir o Hino Nacional olhando para a Bandeira Nacional?!

Porventura estarei enganado, a Bandeira Nacional deve estar por toda a parte e em toda a parte, seja no quintal, no automóvel, na bicicleta, no dorso do cãozinho, na cabeça do “totó”, ou como hoje me afirmaram ter visto, na mesa do restaurante a servir de toalha.

Tamanha exposição da Bandeira Nacional, quiçá, seja uma grande afirmação de patriotismo do Povo Português. Ainda assim, eu, um humilde rapaz (sim, ainda sou um rapaz!) filho desta terra na pontinha da Europa, com os impostos em dia e tudo, não partilho deste espectáculo exibicionista da Bandeira Nacional. Em tudo na vida deve imperar o bom senso, e no futebol… também!

Perdoem-me se estou enganado!

sábado, maio 06, 2006

Terna Saudade

A minha avó materna chamava-se Amélia. Era eu muito pequeno, com apenas 5 anos de idade quando faleceu. Mesmo assim, no sotão da minha memória, ainda encontro a sua imagem, presa dos movimentos, já que nova ficou paralitica; lembro a sua humilde casa em Santa Clara - Coimbra e de a visitar com frequência com minha mãe, mas as memórias de esse tempo longínquo não conseguem outro alcance.

A minha avó paterna, a Maria da Graça, uma mulher elegante e bem disposta, mas marcada pela dura vida que o regime salazarista lhe proporcionou. Nascida numa linda aldeia da então Beira Alta, no concelho de Oliveira do Hospital, mesmo na pontinha desse concelho, quase a beijar o concelho vizinho de Seia, de nome: Alvôco das Várzeas. Sem instrução, como quase toda a gente, o que naquele tempo era uma moda e mais do que isso, um passaporte para ir trabalhar de sol a sol para a casa rica lá do sitio a troco de um caldo de água e farinha. Lembro bem as rugas na linda cara de minha avó, contavam a vida sofrida de uma época que foi rude e cruel para aqueles, que como ela, tiveram que sofrer no corpo e na alma as agruras de uma vida de inexistência, onde apenas os "senhores" (ricos ou das casas ricas) tinham direito a existir na plenitude da dignidade humana.

Dando um salto nesta história (ou estória - não sei bem), com 14 anos fui viver para Alvõco, e durante um certo período ia dormir a casa dos meus avós paternos.
Uma casa muito pequena, humilde, mas também muito reconfortante. A um canto da minúscula cozinha, lá estava a lareira, sempre acesa, onde minha avó cozinhava, e a comida ali feita tinha um sabor que em mais lado algum encontrara. Era naquela lareira, que minha avó Graça preparava o "café" de cevada, que eu e meu avô partilhávamos por volta das 7 horas da manhã, naquelas manhãs frias de Inverno e que me sabia a um manjar de reis. Nessa altura acordava bem disposto, pois sabia que tinha o "café" pronto e a boa disposição da minha Avó.

Avó Maria da Graça, está dentro do meu coração, partiu em tempo para uma viagem (e eu estava noutra viagem), para muito longe, muito longe - mas como diz a cantiga: "onde nos vamos encontrar".
Nunca lhe disse Avó, mas o seu "café" é (ainda lhe sinto o cheiro e o sabor) delicioso. Tenho saudades do seu olhar, do seu sorriso, de quando me chamava herege... Avó: GOSTO MUITO DE SI.

Com este humilde texto, apenas pretendi HOMENAGEAR TODAS AS MÃES (e minhas Avós).
Muito especialmente a MINHA MÃE (Adoro-te MÃE) e a MÃE do MEU FILHO (Amo-te MULHER por quem um dia me apaixonei).

quarta-feira, abril 19, 2006

25 de Abril, aqui e agora

Festeja-se Abril.

25 de Abril de 1974 já parece distante e despropositado para alguns, a verdade, verdadinha, é que está mais actual do que nunca. Todos temos a obrigação de comemorar o 25 de Abril, pois, estamos em dívida para quem sofreu na pele e na alma as agruras de um regime opressor, violento e diminuidor da condição humana, comandado por um tal António Oliveira que alguns agora querem reabilitar.

A revolução dos cravos não se esgota na data, existiu um caminho para chegar a Abril de 74, um caminho de sangue, mortes nas prisões, torturas, liberdades perdidas; mas também de cantigas, de gente que resistiu com o corpo e com a voz agarrada a uma viola de cordas soltas.

Soltar Grândola Vila Morena é soltar um grito de liberdade, recordar Zeca é uma esperança para o futuro. E o futuro está ameaçado, o futuro precisa de Abril. Não um novo Abril, basta cumprir este que anunciamos, para formarmos uma sociedade mais justa, mais solidária, mais capaz, mais livre, mais equitativa – mais democrata. Cabe-nos a nós cidadãos deste tempo, independentemente da idade de cada um, fazer cumprir Abril. Abril é um tempo de mudança, é o desabrochar de uma nova etapa, dos campos a florir, do enflorescer das ideias, da primavera de cada um e de todos, porque só cada um e todos poderemos lavrar os nossos sonhos nos campos de Abril. Campos prósperos de liberdade e prosperidade, mas não basta lançar as sementes, essas já bravos homens e mulheres as lançaram em 25 de Abril de 1974, há que cuidar da terra, alimentá-la, mondá-la, exterminar as ervas daninhas (e como elas se multiplicam…), para que os frutos sejam muitos e saudáveis. Bem verdade é que, a terra onde lançaram as sementes não tem sido muito muito cuidada, assim o futuro não sorrirá, novas sementes terão que germinar.

NÓS vamos conseguir! Não vamos MATAR ABRIL!

VIVA ABRIL! VIVA A LIBERDADE CONQUISTADA! VIVA PORTUGAL!

terça-feira, abril 11, 2006

Nota Inicial com Vida

Viva!
Pois!...Mais um blog lançado na blogofera. Não pretendo que seja mais um, mas um local de discussão de temas tão díspares como: politica, religião, poesia, músicas, desportos motorizados, paisagens, fotografia, leis, informática e tudo aquilo que a liberdade de cada um queira abraçar, porque o que se pretende, no fundo, é que se discuta a VIDA.
Da nossa e na dos outros, enquanto comunidade, seres sociais dependentes de cada um e de todos, vivemos num planeta que se definha a cada momento que passa, culpados? NÓS! e os outros..aqueles que governam o mundo, por exemplo, já ouviram falar de um tal Bush?!, bom rapaz esse... lá pensou, pensou (?) e decidiu libertar um País lá no oriente de um terrível ditador, pois é... já conhecem a história: ditador foi deposto, e tanta liberdade e fartura para aquele povo!!! Uma ova! Guerra Civil, meus senhores... sangue de irmãos todos os dias derramados nas cidades do Iraque, inocentes mortos em cada dia que passa. E nós? Nós cá estamos, devagarinho, no nosso cantinho, bebemos uns copos ( o que já é bom), vemos TV, e os gajos, os poderosos decidem por nós! Pois, então os gajos não são os poderosos?! Os donos do mundo?! Eles devem saber como é que se faz... Globalização é coisa feia? Quem disse? Os senhores dizem que não? Ké fixe... Há muita malta nova desempregada?! O quê? Alguns tem cursos superiores e tudo? É pá que chatice... mas não se preocupem que os tipos da gravata de seda italiana resolvem o problemazito... Estão a fechar fábricas? A gasolina está cara? O ordenado não te chega até ao fim do mês? É pá, nã te preocupes, Eles sabem, os ajos pensam muito, princialmente na tua vidinha parva de todos os dias, estão a trabalhar (?) numa formula mágica: nunca mais envelheces e a vida vai ser bué porreira para ti, para nós, para todo o people (de quando em quando temos que escrever uma palavra destas em virtude do choque tecnológico).
Pois é... mas do Alfredo ninguém quis saber, pois não?! Morreu! Morreu de vergonha deste mundo em que vivemos, só! Como só foi sempre a sua vida, vazia! Preenchida de quando em quando com uma pequena alegria, talvez o sorriso de alguém, ou a partilha de uma cerveja.Revejo-o agora, ao balcão do café da aldeia, com ar de menino, cigarro ao canto da boca, pedia: - dá-me uma SuperBock. Não é preciso copo.
A minha HOMENAGEM ao Alfredo! Ao Carlos, o filho da Benvinda, também! As minhas HOMENAGENS a todos os filhos da penumbra. Afinal o Sol quando nasce não é para todos...